terça-feira, 27 de março de 2018

Galpão da Lua recebe o espetáculo Patética nesse final de semana

Foto - Divulgação
A Cia Estável de Teatro faz duas sessões do espetáculo Patética, nos dias 30 e 31 de março, sexta-feira e sábado, às 20h, em frente Galpão da Lua. As apresentações integram o projeto contemplado pelo Proac de circulação de Artes Cênicas Para Rua, que prevê 12 apresentações da peça, em 9 cidades do estado de São Paulo. Os ingressos são gratuitos.

Patética reflete sobre as circunstâncias e o assassinato do jornalista e dramaturgo Vladimir Herzog (1937-1975), morto nos porões do DOI-Codi (Destacamento de Operações de Informações/Centro de Operações de Defesa Interna), em outubro de 1975. O texto foi escrito um ano depois do seu falecimento, por seu cunhado e, também dramaturgo, João Ribeiro Chaves Neto.

Com direção de Nei Gomes, a montagem usa o metateatro para mostrar uma trupe de artistas circenses que apresenta pela primeira e última vez a história da personagem Glauco Horowitz. A peça conta a vida de Herzog desde a imigração dos pais para o Brasil, passando pela militância, prisão, depoimentos no DOI-Codi, até a morte e a luta da família para provar que ele não cometeu suicídio, mas foi assassinado. Ao discutir a censura, a própria peça é proibida e o circo é fechado.
Foto - Jonatas Marques

Patética converge com a pesquisa estética e o posicionamento político do grupo, desde as relações do modo de organização circense até os processos vivenciados pela modificação do espaço urbano ocasionados por interesses políticos. “Essa circulação tem o objetivo de ‘sentar praça’ e pensar a história do país por meio do encontro com diferentes públicos usando o circo como metáfora, assim como em outros trabalhos do repertório do grupo”, fala o diretor Nei Gomes.

Desde 2005 a Cia Estável de Teatro realiza residência artística numa casa de acolhida temporária para 1.500 homens em situação de rua, o Arsenal da Esperança, localizado na Zona Leste de São Paulo. Uma das bases de sua criação é a relação com o entorno, estabelecendo um ambiente vivo e de troca para criação artística com os espaços e a população onde está inserida. 

Os acolhidos da casa participaram ativamente do processo de criação do grupo, acompanhando ensaios, assistindo a chegada de cada elemento novo na produção, vendo o “circo sem teto” se erguer dia a dia. A realidade nômade e precária desses homens se aproxima ao circo de pano de roda de Patética. O Arsenal da Esperança então é o ponto de partida para a circulação proposta e as apresentações são abertas aos acolhidos e ao público em geral. 


Foto - Divulgação

MARCO NA HISTÓRIA
Na noite do dia 24 de outubro de 1975, o jornalista apresentou-se na sede do DOI-Codi, em São Paulo, para prestar esclarecimentos sobre suas ligações com o PCB (Partido Comunista Brasileiro). No dia seguinte, foi morto aos 38 anos. Segundo a versão oficial, ele teria se enforcado com o cinto do macacão de presidiário. Porém, de acordo com os testemunhos de jornalistas presos na mesma época, Vladimir foi assassinado sob torturas. A morte de Herzog foi um marco na ditadura militar (1964-1985). O triste episódio paralisou as redações de todos os jornais, rádios, televisões e revistas de São Paulo. 

Além de se constituir numa denúncia da tortura no Brasil, a peça dialoga com questões estéticas da dramaturgia contemporânea. Teve uma trajetória conturbada durante a ditadura militar: o texto foi premiado, a premiação foi suspensa, foi confiscado, depois vetado, só liberado em 1979, e não pôde usufruir dos prêmios (do valor em dinheiro, da montagem do espetáculo nem da publicação do texto). 

Patética, da Cia Estável estreou em junho de 2017 no Teatro Flávio Império. Depois cumpriu duas temporadas no Arsenal da Esperança e na Oficina Cultural Oswald de Andrade, integrou a programação da Mostra da EAC em Santos e a Mostra de Teatro de Fortaleza.

SOBRE A COMPANHIA ESTÁVEL DE TEATRO


Foto - Jonatas Marques

Com 15 anos de trajetória o grupo formado na escola de teatro da Fundação das Artes de São Caetano do Sul foi contemplado em 6 edições da Lei de Fomento ao Teatro para a cidade de São Paulo. O coletivo tem como premissa de sua pesquisa a criação em conjunto com a comunidade onde está inserida. O primeiro projeto do grupo foi o Amigos da Multidão, realizado no teatro distrital Flávio Império, em Cangaíba, zona leste de SP, onde, por intermédio do edital de Ocupação dos Teatros Distritais em 2001, desenvolveu uma programação diária com oficinas, espetáculos artísticos, saraus e apresentações de peças de seu próprio repertório. 

Dentre elas, o espetáculo Incrível Viagem, de Doc Comparato e direção de Renata Zanetha, que também foi apresentado no projeto Formação de Público da Secretaria Municipal de Cultura. Foram montados também os espetáculos Flávio Império, Uma Celebração da Vida, de Reinaldo Maia e direção de Renata Zanetha, e Quem Casa, Quer Casa, de Martins Penna, com direção de Nei Gomes. 

Com O Auto do Circo (2004) de Luis Alberto de Abreu e direção de Renata Zhaneta, participaram do Festival de Teatro de Curitiba e Janeiro da Comédia, em São José do Rio Preto. A partir de 2006, a Cia. Estável de Teatro passou a fazer residência artística no Arsenal da Esperança, casa de acolhida que abriga 1.200 homens em situação de rua localizada ao lado do Museu do Imigrante, no bairro do Brás. Dentro do espaço, uma lona de circo foi armada servindo de picadeiro e lugar de convivência dos acolhidos. 

No espetáculo Homem Cavalo & Sociedade Anônina, de 2008, o grupo aprofunda a pesquisa nas relações entre o modo de produção capitalista e a exploração do trabalho. Em 2009, o espetáculo foi convidado a participar do Festival Flaskô Fábrica de Cultura, do encontro estadual do MST em Itapeva, na Escola Nacional Florestan Fernandes e participa 5 Mostra de Teatro de Rua Lino Rojas. 

Em 2011, o grupo comemorou 10 anos com uma mostra de seu repertório. Também lançou o livro Das Margens e Bordas – Relatos de Interlocução Teatral Cia Estável 10 Anos. Nele estão textos críticos produzidos por integrantes do grupo e colaboradores, o roteiro do espetáculo Homem Cavalo & Sociedade Anônina e extenso material iconográfico. 

Em 2013 estreia A Exceção e a Regra, de Bertolt Brecht, com direção de Renata Zhaneta. A peça é apresentada dentro do Arsenal Da Esperança e circula por ruas e praças da cidade de São Paulo, participando da VII Mostra De Teatro De São Miguel Paulista, da I Mostra Pela Paz, da III Feira Teatro De Rua Em Sorocaba E Votorantim, do Festival De 10 Anos Da Flaskô e da Mostra De Teatro De Rua e De Floresta, no Acre, durante encontro da Rede Brasileira de Teatro de Rua. 


A companhia integra o Movimento de Teatro de Rua (MTR).

FICHA TÉCNICA
Criação: Companhia Estável de Teatro
Texto: João Ribeiro Chaves Neto 
Direção: Nei Gomes 
Adaptação da Dramaturgia: Companhia Estável de Teatro
Atuação: Juliana Liegel, Kátia Lazarini, Maria Carolina Dressler, Miriele Alvarenga, Osvaldo Pinheiro e Paula Cortezia 
Produção: Flávia Morena, Maria Carolina Dressler e Nei Gomes
Direção Musical: Reinaldo Sanches 
Músicos: Agatha Gabriela, Rayra Naciel e Simone Ferreira 
Letras/Músicas: Companhia Estável e Reinaldo Sanches 
Provocadorxs do Processo: 
Melodrama Circense: Estudo Teórico Ermínia Silva 
Melodrama Circense: Prática de Interpretação Renata Zhaneta 
Treino do Sistema Stanislavski: Celso Frateschi 
Estudos Teóricos sobre processos migratórios: Terezinha Ferrari 
Estudos Teóricos sobre os processos históricos da Ditadura Militar: Amelinha Teles, Criméia Alice Schmidt de Almeida e Emilio Ivo 
Convidados para debate Confrontando 1980 e 2016: Celso Nunes e Regina Braga 
Prática de Palhaço: Daniela Biancardi 
Preparação de Voz: Rani Guerra 
Preparação Corporal: Ana Perche e Carlos Sugawara 
Maquiagem: Ana Luiza Icó 
Iluminação: Erike Busoni 
Figurinos: Marcela Donato 
Assistente de Figurinos: Marita Prado 
Cenografia: Luis Rossi
Vídeo Projeção: Luiz Cruz 
Operação Técnica: Amanda Tolentino de Araujo, Evas Carretero, Juninho Batucada e Priscila Chagas 
Operação de Luz: Diego FF Soares 
Estagiária Iraci Santos
Fotos, Registro Audiovisual, Mídias Sociais e Produção visual: Jonatas Marques 
Assessoria de Imprensa: Adriana Balsanelli 
Poema Pangéia: Juliana Liegel 
Orientação de Dança: Nuish Bella Luna 
Orientação de Bambolê: Marina Leonel e Luana Albeniz da cruz

INFORMAÇÕES PARA IMPRENSA
Adriana Balsanelli
Fone: 11 99245 4138
imprensa@adrianabalsanelli.com.br

Serviços:

Data: 30 e 31 de março

Local: Em frente ao Galpão da Lua

Horário:20h

Duração: 80 minutos.

Classificação etária: 10 anos. Ingressos: Grátis.

Capacidade: 80 Lugares.

Acessibilidade: Sim.





quarta-feira, 14 de março de 2018

Reunião na Prefeitura aponta possíveis caminhos para o Galpão da Lua


Na manhã de terça-feira (13/03) o integrantes do Galpão da Lua junto com os advogados apoiadores do movimento Dra. Aline Escarelli e Dr. Celso Cordeiro se reuniram com o prefeito Nelson Bugalho, no gabinete para tratar dos assuntos relacionados a regulamentação do espaço ocupado em setembro de 2016.

Também estiveram presentes, o Vice Prefeito Dolglas Kato, o Chefe de Gabinete Marcos Tadeu, o procurador-chefe do município, Pedro Anderson da Silva e os advogados Vice Presidentes da OAB Dr. Wesley Cardoso Cotini e Dr. Lucas Bressanin.

O diálogo foi interessante, o prefeito mais uma vez se colocou como um apoiador das iniciativas do Coletivo e reconheceu a importância dos trabalhos que os Artistas vem desenvolvendo, reforçou que não é contra a nossa permanência no galpão da União e se dispôs a fazer uma carta oficializando que não tem nada a se opor à nossa presença no espaço. Em nota Bugalho afirma que: “O esforço da administração visa a contribuir com o trabalho do grupo, que desempenha diversas ações culturais abertas à comunidade, inclusive em bairros afastados do centro comercial.”

Oque se mostrou diferente nessa ocasião foi o empenho do executivo em propor e pensar soluções para a continuidade do projeto Galpão da Lua. Saímos da reunião com dois caminhos jurídicos para uma possível posse provisória do espaço e com a proposta do prefeito para que visitemos alguns imóveis do município afim de encontrar uma possível nova sede para o Coletivo. Temos 15 dias para encontrar e estudar as soluções.

Estamos certos da importância do trabalho que o Galpão da Lua vem realizando e queremos permanecer neste espaço, estamos certos que que nada está mais dentro da legalidade do que uma associação de artistas dar destinação a um prédio público que estava abandonado, certos de que hoje este espaço cumpre sua função Social, ilegal é o poder público não apoiar a nossa causa.

Seguimos fortes buscando soluções e abertos ao diálogo sempre.

Viva a Arte! Viva os Artistas! Viva o Galpão da Lua


terça-feira, 13 de março de 2018

O Cabaré Mundo Circus

Foto:Divulgção

Domingo dia 18 de março tem Espetáculo na Praça do Wi-fi do Conjunto Habitacional João Domingos Netto às 20H

O Espetáculo O CABARÉ MUNDO CIRCUS é uma apresentação dinâmica, com diversos números de circo cheios de comicidade. 
Os números são de extrema virtuosidade e com destaques de algumas modalidades pouco exploradas no Brasil, como mesa acrobática e escada acrobática. Com De Lucca Circus e Os Profiçççionais, artistas da cidade de Ribeirão Preto SP

A apresentação faz parte do Projeto de circulação aprovado junto ao ProAC - Programa de Ação Cultural da Secretaria de Estado da Cultura, tem a produção da Casanova Produções Culturais e o apoio do Coletivo Galpão da Lua.

Espetáculo Imperdível!

Saiba mais sobre esse espetáculo:

https://www.facebook.com/cabaremundocircus/

Foto:Divulgação




segunda-feira, 5 de março de 2018

Galpão da Lua na OAB Presidente Prudente

A reunião teve como pauta a ameaça que o Galpão vem sofrendo de novamente ser lacrado pela Prefeitura de Presidente Prudente.

Na manhã do dia 02 de março os Artistas junto com a Dra. Aline Escarelli foram recebidos pelo Vice Presidente da OAB Dr. Wesley Cardoso Cotini e pelo Dr. Lucas Bressanin. Ambos ouviram os esclarecimentos e se prontificaram a colher informações e estudar o caso em busca de possíveis soluções para o impasse vivido atualmente.

Os membros do Coletivo solicitando o apoio e orientações desta instituição, expuseram o histórico de ações desenvolvidas desde a ocupação que transformou um prédio histórico, abandonado, em um Ponto de Cultura, em um centro cultural independente.

Os advogados ouviram sobre o estado de abandono que o imóvel da União esteve por mais de 3 anos e toda a transformação proporcionada pela ação dos artistas do coletivo ao longo de um ano e meio de ocupação.

As mobilizações para manter o Galpão funcionando não param.

Encontro Galpão da Lua na OAB Presidente Prudente - Foto João de Deus